Marcos, 23 anos, namora a Di, tem uma gata chamada Sofia. Adora música, cinema, HQs, livros, séries de TV, videogames e tudo que é gadget.
Estuda cinema na FAAP, tenta fazer filmes e assiste tudo que tem chance.
Acumula CDs, DVDs e HQs pela casa.
Sonha em ter um quarto só de depósito. Toma banho quente até no calor e água gelada e sorvete até no frio.
Paulista, paulistano e são-paulino.
Fã de mais bandas e filmes do que dá pra citar. (é melhor perguntar)
"I need to wash myself again to hide all the dirt and pain cause' I'd be scared that there's nothing underneath And who are my real friends? Have they all got the bends? Am I really sinking this low?"
Quando eu era menor, ficava espantado com o fato de meus pais terem poucos amigos. De vez em quando aparecia um ou outro cara, eles bebiam alguma coisa, olhavam o filho (eu), davam risada de algo que eu não entendia e depois iam embora. E só voltavam depois de um tempão. Na verdade, alguns nem voltavam. Isso sempre me incomodou. Porque meus pais não tinham amigos? Eles não ficavam tristes com isso? Eu me lembro de ter perguntado para a minha mãe o porque disso. A resposta dela foi terrível. Disse ela (não me lembro exatamente das palavras, mas o sentido era esse) que isso era normal para os adultos. Isso me fez ficar com dó dos adultos. E me fez jurar para mim mesmo que isso não aconteceria. Quase vinte anos depois, para meu desespero, não é que eu me encontro no caminho para que o mesmo aconteça? Eu nunca fui um cara popular (e geralmente faço questão de não ser), mas sempre tive um número razoável de amigos que eu via regularmente. Alguns deles eu via toda semana. Outros, uma vez por mês e olhe lá, mas já estava bom. De qualquer forma, eu me acostumei a ter amigos por perto. De repente, eu me encontro quase que sem amigos. Não é que eu tenha OFICIALMENTE perdido meus amigos, o que seria até melhor, pois daria margem para que algo fosse mudado. Mas não, o problema é outro... Na verdade, cada caso é um caso. Existem aqueles amigos (como a Belle e o Mafra) que estão fisicamente distante, mas eu ainda os considero muito próximos (é claro que a distância física prolongada pode causar outros tipos de distanciamento, mas no momento não é o caso). Muito pior são aqueles que estão por aqui, mas simplesmente não são mais realmente meus amigos. Eu perdi aquela naturalidade, de ligar para a casa de alguém e dizer "Ow, vamos sair, porra!". Parece-me que todos seguiram suas vidas separadas e tornaram-se pessoas diferentes. Alguns eu nem reconheço. Hoje em dia, a maioria dos meus amigos se foram, dessa maneira não-oficial, que não pode ser contestada. Eu não possi ligar e dizer "Fulano, você não é mais meu amigo!" Ele vai dizer "Sou sim!", desligar e tudo continuará como antes. E isso tudo me deixa triste. Tudo bem, eu tenho alguns amigos na faculdade (que não fazem isso porque eu ainda os vejo todo dia), tenho uma namorada incrível que eu amo, mas eu sinto falta dos meus amigos. Sinto falta de ir no cinema com bastante gente, sair de tarde para isso e só terminar de madrugada. Sinto falta de ficar falando nonsense, comendo provolone à milanesa e tomando um belo chopp. E de ir na Liberdade quase toda a semana, comer na feirinha ou no Sukiyaki House, alugar cds na Haikai e babar nas coisas da Shinozaki. Eu só... sinto falta. NP: Radiohead - My Iron Lung