Marcos, 23 anos, namora a Di, tem uma gata chamada Sofia. Adora música, cinema, HQs, livros, séries de TV, videogames e tudo que é gadget.
Estuda cinema na FAAP, tenta fazer filmes e assiste tudo que tem chance.
Acumula CDs, DVDs e HQs pela casa.
Sonha em ter um quarto só de depósito. Toma banho quente até no calor e água gelada e sorvete até no frio.
Paulista, paulistano e são-paulino.
Fã de mais bandas e filmes do que dá pra citar. (é melhor perguntar)
Ontem eu e a Di fomos finalmente assistir O Guia Do Mochileiro das Galáxias. Não posso dizer que sou um "fã da velha escola", que acompanhou o programa de rádio e tudo mais (na verdade até posso, mas não quero mentir). Afinal, só fui terminar de ler o livro nesta semana. Mas de qualquer forma, eu sempre tivera vontade de lê-lo, pelo que me diziam dele. Isso tudo, junto ao ótimo trailer que eles haviam lançado já havia me deixado numa grande expectativa. Depois de ler o (excelente) livro, então, nem se fala! No final das contas, caí do cavalo. Fiquei com um gosto amargo na boca. Para começar, quase todos os personagens (exceto pelo ótimo Marvin) estão diferentes, de uma forma ou de outra. Ford Prefect, apesar de começar bem no filme, após os 15 minutos iniciais transforma-se num mero acessório. Trillian está um pouco melhor, mas assim mesmo é apenas uma sombra do que era no livro. Mas o mais mutilado dos personagens é Zaphod Beeblebrox, que tranforma-se numa mera piada. É de dar dó. Agora, eu não sou uma dessas pessoas que acredita que para uma adaptação ser boa, ela deve ser EXATAMENTE igual à obra original. Muitas vezes coisas têm de ser mudadas por não funcionarem na tela, ou por serem grandes demais. Mas tais mudanças são justificáveis quando contribuem para o filme. Neste caso, é justamente o contrário. Existem diversas partes boas, isso é verdade. Os golfinhos, a cachalote, tudo que Marvin faz, algumas piadas, mas isso tudo é TIRADO DIRETO DO LIVRO. Já as partes novas são de dar raiva em algumas partes. Dois novos personagens foram introduzidos sem nenhuma função senão forçar situações, de uma forma tão aparente que quase parece de propósito. São eles Humma Kavula, que apesar de bem interpretado por John Malkovich, serve apenas para justificar a existência da arma do ponto de vista (que apesar de ser legal, por sua vez só existe para dar acabar com os Vogols no final). A outra personagem desnecessária é a vice-presidente, que está lá apenas para tirar Zaphod de Trillian, deixando-a livre para Arthur. Aí reside outra falha terrível do filme. O filme INTEIRO gira em torno do tal relacionamento (que ao menos no primeiro livro, não existe), e isso é pésssimo. Chega a gerar momentos tão bregas que se tornam embaraçosos. Quando tudo parecia perdido, o final do filme mostra que não, tudo não estava perdido. Mas AGORA está. A Terra é reconstruída e as pessoas voltam a viver felizes para sempre, exceto pro Arthur e Trillian, que inexplicavelmente decidem continuar viajan do no espaço (apesar de passarem o filme inteiro reclamando do fim da Terra). E assim, agradamos a papais e mamães em todo o lugar, como nosso "filme família". Isso foi o golpe final na inteligência do livro de Doulgas Adams, que passou de uma comédia irônica e sarcástica sobre a vida para uma comédia romântica com pouca graça. Apesar de possuir momentos bem engraçados (acredite!), os espaços entre eles são chatos e agonizantes. O filme padece de falta de rítmo, e isso é imperdoável. É incrível a capacidade humana de transformar algo engraçado e com conteúdo em algo SEM GRAÇA E SEM CONTEÚDO! Talvez o filme devesse ter sido feito por golfinhos. O mais impressionante é que os roteiristas são o próprio Doulgas Adams e Karey Kirkpatrick, do ótimo Fuga das Galhinhas. O diretor, apesar de estreante, já dirigiu ótimos videoclipes e é amigo de Spike Jonze, tendo sido indicado pelo próprio. Assim sendo, assumo que a culpa pelo estrago seja da Disney. No final das contas, O Guia Do Mochileiro Das Galáxias é um filme quase razoável. Mas isso é muito pouco neste caso. Fica com uma estrelinha, pelas piadas do livro e por mostrar coisas legais como os sofás e o Marvin.
PS: E a narração de José Wilker foi uma PÉSSIMA idéia. Quebra o clima absurdamente!